sábado, 27 de novembro de 2010

Poema a 4 mãos com o amigo Cyrus Ferrari II


A mente é uma janela
O corpo é uma porta
Isso posto, convém perguntar:
- Devo entrar ou sair de mim?

Mortais

“Senhor, ensina-me a viver de modo a temer o túmulo tão pouco quanto minha cama.”
( Thomas Ken )

Morrem tantos quanto nascem. Não quero de forma alguma viver para sempre.Também não desejo isso pra você. Imagine que chatice este dia, se fosse possível viver todos os outros que a Eternidade oferece !  Por isso não temo a morte. Os deuses escondem dos homens a beleza da morte para fazê-los agüentar a vida.  Aliás, deixe-me dizer uma coisa que talvez não lhe tenha ocorrido : O eterno também envelhece. Você quer envelhecer para sempre?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

The Hours

"Não se pode ter paz evitando a vida"  De Virginia Woolf para Leonard em cena do fime As Horas
Não tenhamos pressa,
Mas também não percamos tempo
Toda hora é hora de mudar tudo para sempre

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Encantada

“Ela entrou como um pássaro no museu de memórias
E no mosaico em  preto e branco pôs-se a brincar de dança.
Não soube se era  um anjo, seus braços magros
Eram muito brancos para serem asas, mas voava.”
(Vinícius de Moraes)
Querida,
Escuta um segredo:
Teu corpo é uma flauta doce onde sopro melodias leves...

Eu te toquei... 
Em cada toque um mistério...
O ritmo nobre de teu ventre diáfano
Fez casa em meu desejo,
Pegou delírio... encantou
- Cada espasmo de teu corpo ainda significa um suspiro meu

[ Bailam pernas e bocas 
Graves agudos  
Tímpanos livres         
Com tímidos hímens
Desafiam a noite
Inventam a madrugada
E não podem parar ]

Eu te toquei... 
Em cada toque um mistério...
Doce lira singela,
Rosa clave de asas,
Voa alto, bem alto                     
E toca meu céu...
Da boca


  


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Para o amigo Berê


Será que eu cheguei no fim de todos caminhos,
E agora só resta a possibilidade de permanecer?

Pe ante pé, fiz minha estrada de passes mágicos
Com mãos de artesão construí um Panteão
Onde repousavam serenos Deuses pagãos
Cujos ofícios mais nobres eram servir a mim:
- Deus maior e soberano

Tudo que fiz foi pensando em mim:
Cada gesto, cada escolha, cada renúncia
E agora essa sensação de não-sei-bem-o-quê
Pesando não sei onde, 
Incomodando não sei como
(Por que os calos da vitória são os mais doloridos?)

Ah, pudesse eu... mas não sei... alguma coisa lá atrás...
Talvez aquele tombo naquele morro onde quase morro     
E aqueles cães latindo palavras de ordem... 
[Seria Deus anunciando boas novas ou
Um marcapasso no coração adoecido da vida?]
    
Agora é isso:
Essa felicidade Hitech
Equilibrada nesse fio tênue
De HDMI

Será que eu cheguei no fim de todos os caminhos
E agora só resta a possibilidade de permanecer?
Terei eu mais uma vida   
Ou agora é game over?






terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sincera mente

Para uma amiga louca, como conselho e provocação

Ah, querida
Não te queiras
Assim
Tão correta
Só  verdades
Eu te perdôo
Por mentir
Tão sem querer
(sinceramente)
Eu sei, eu sei
Sincera mente
Sinceramente

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Poema a 4 mãos com o amigo Cyrus Ferrari

Celebrai vossos dramas!
Com força, calma
E o peito em chamas

        Que sois almas:         
Resultado de tramas
Labirinto de traumas