quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Comédia romântica

 Para a amiga K.I, como conselho e provocação

Bem me quer, mal me quer...
Terminar é fácil, amor
O difícil é não começar de novo

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Citando o amigo Cyrus Ferrari

 PARA ALEX

Deve haver em algum lugar do mundo um Guerreiro que seja Poeta.
Para fazer descongelarem os Cavalos do Peito,
Para tornar esse Infinito e Eterno potencial de Ação que as vezes nos sufoca
Em alguma maldita coisa que tenha Forma!
Para que o Material e o Imaterial sejam uma só Coisa.
Como os Anjos.

sábado, 19 de março de 2011

Simbólico III


Minha utopia maior é querer que nada me represente
(Nem eu mesmo)

Quero ser o infinito, expremir o inexpremível...

Quero viver, não ser vivido

Fazer meu própior parto,

Suicidar ao contrário  

Louco de razão

Estatísticamente


 Carlos Drumond de Andrade

Estatisticamente, 
os poetas são os mais entendidos
em matéria de Amor,
mas estatística 
mente

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Para o amigo Fukuda ( com dois pingos de dúvida)

Pare de lutar lutas impossíveis,
Seja um covarde feliz

domingo, 23 de janeiro de 2011

O escolhido

"Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além " ( Paulo Leminsk)

Cuidado com o cuidado demasiado!
Não faça da busca um estado de repouso

pare,
fique,
esteja,
seja,

Olhe:
A chuva
não escolhe
a calha
que a acolhe...


...colha a sua enquanto molhe!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Simbólico II

Quem eu sou?
Quem me sabe?
Quem me cabe?
Quem de fato sabe-se a si mesmo?
( e se sabe, como sabê-lo?)
Tu, tua voz e o sentido que tua voz produz são três coisas distintas...
Toda Representação é um eufemismo pra Mentira,
Porque a condição do símbolo é nunca ser o que ele representa
(...)
Cada um é para si mesmo o mais distante

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Recesso

A poesia desse espaço está de férias.
Minha alma também.
Reviva em teu peito uma saudade boa depois do ponto final.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Fluminense: campeão brasileiro de 2010

“Pode-se identificar um Tricolor entre milhares, entre milhões. Ele se distingue dos demais por uma irradiação específica e deslumbradora”. 
“Ser tricolor não é uma questão de gosto ou opção, mas um acontecimento de fundo metafísico, um arranjo cósmico ao qual não se pode – e nem se deseja – fugir”.
( Nelson Rodrigues)

Quando a fase é zen, 
até o time da gente vai bem
 

sábado, 27 de novembro de 2010

Poema a 4 mãos com o amigo Cyrus Ferrari II


A mente é uma janela
O corpo é uma porta
Isso posto, convém perguntar:
- Devo entrar ou sair de mim?

Mortais

“Senhor, ensina-me a viver de modo a temer o túmulo tão pouco quanto minha cama.”
( Thomas Ken )

Morrem tantos quanto nascem. Não quero de forma alguma viver para sempre.Também não desejo isso pra você. Imagine que chatice este dia, se fosse possível viver todos os outros que a Eternidade oferece !  Por isso não temo a morte. Os deuses escondem dos homens a beleza da morte para fazê-los agüentar a vida.  Aliás, deixe-me dizer uma coisa que talvez não lhe tenha ocorrido : O eterno também envelhece. Você quer envelhecer para sempre?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

The Hours

"Não se pode ter paz evitando a vida"  De Virginia Woolf para Leonard em cena do fime As Horas
Não tenhamos pressa,
Mas também não percamos tempo
Toda hora é hora de mudar tudo para sempre

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Encantada

“Ela entrou como um pássaro no museu de memórias
E no mosaico em  preto e branco pôs-se a brincar de dança.
Não soube se era  um anjo, seus braços magros
Eram muito brancos para serem asas, mas voava.”
(Vinícius de Moraes)
Querida,
Escuta um segredo:
Teu corpo é uma flauta doce onde sopro melodias leves...

Eu te toquei... 
Em cada toque um mistério...
O ritmo nobre de teu ventre diáfano
Fez casa em meu desejo,
Pegou delírio... encantou
- Cada espasmo de teu corpo ainda significa um suspiro meu

[ Bailam pernas e bocas 
Graves agudos  
Tímpanos livres         
Com tímidos hímens
Desafiam a noite
Inventam a madrugada
E não podem parar ]

Eu te toquei... 
Em cada toque um mistério...
Doce lira singela,
Rosa clave de asas,
Voa alto, bem alto                     
E toca meu céu...
Da boca


  


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Para o amigo Berê


Será que eu cheguei no fim de todos caminhos,
E agora só resta a possibilidade de permanecer?

Pe ante pé, fiz minha estrada de passes mágicos
Com mãos de artesão construí um Panteão
Onde repousavam serenos Deuses pagãos
Cujos ofícios mais nobres eram servir a mim:
- Deus maior e soberano

Tudo que fiz foi pensando em mim:
Cada gesto, cada escolha, cada renúncia
E agora essa sensação de não-sei-bem-o-quê
Pesando não sei onde, 
Incomodando não sei como
(Por que os calos da vitória são os mais doloridos?)

Ah, pudesse eu... mas não sei... alguma coisa lá atrás...
Talvez aquele tombo naquele morro onde quase morro     
E aqueles cães latindo palavras de ordem... 
[Seria Deus anunciando boas novas ou
Um marcapasso no coração adoecido da vida?]
    
Agora é isso:
Essa felicidade Hitech
Equilibrada nesse fio tênue
De HDMI

Será que eu cheguei no fim de todos os caminhos
E agora só resta a possibilidade de permanecer?
Terei eu mais uma vida   
Ou agora é game over?






terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sincera mente

Para uma amiga louca, como conselho e provocação

Ah, querida
Não te queiras
Assim
Tão correta
Só  verdades
Eu te perdôo
Por mentir
Tão sem querer
(sinceramente)
Eu sei, eu sei
Sincera mente
Sinceramente

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Poema a 4 mãos com o amigo Cyrus Ferrari

Celebrai vossos dramas!
Com força, calma
E o peito em chamas

        Que sois almas:         
Resultado de tramas
Labirinto de traumas

sábado, 23 de outubro de 2010

Freudiana

"No momento em que o homem põe em dúvida o significado e o valor da vida estará doente" ( Sigmund Freud)

Id às pressas ao divã
Que o sintoma urge
E a vida “apedrece”


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ex tinta

“Sei que o vento que entortou a flor   
Passou também por nosso lar
E foi você quem desviou
Com golpes de pincel
Eu sei, é o amor que ninguém mais vê...” 
(Marcelo Camelo)



Na moldura velha
O retrato fosco 
Nem parece ela

A memória pinta
Triste aquarela
Cinza cor-de-cinzas

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Para o amigo Volpini, com o queixo inclinado em um ângulo de 109 graus

Fosses  tu uma arara
As  matas voaria
À procura de um tesouro perdido...
Mas(...) tendo o encontrado,
Que te sobraria:
Um grito contido
Um sorriso salgado,
Uma vida vazia?

Decerto voaria mais alto,
Perder-se-ia... só pra procurar tudo de novo...
É que a Busca é teu estado de repouso
Tudo é pouco em teu olho inquieto



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Para Aslene Favalessa: candura, segredo e fascínio


Linda como se Deus existisse
E o poeta
Não fosse triste

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Da resistência às conjunções adversativas

Embora o Mas
Todos Contudos
Apesar dos Poréns
Malgrado os Pesares
Dia após dia
Canto em canto
Por Toda
Via
Eu Entre
Tanto

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A você...

"Existem três tipos de mentiras : mentiras, mentiras sujas, e estatísticas.(Benjamin Disraeli)"

Juro e você sabe:
- Quero ser cego depois de morto,
Se um dia menti de verdade

Uma verdade


Que mente
não
mente?

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Para Reina France


Reina France,
(Como não amar uma mulher com um nome desses?)
Minha poesia indecente, limitada, mundana 
Ajoelha-se em reverência e te pede perdão.
(E eu que nem imaginava que um poema pudesse pecar!)

Pudesse eu fazer um verso onde coubesse teu ventre casto,
E pudesse eu repousar meu cansaço nos teus braços
E escutar a vida que bate no teu peito... ,
Minha poesia não seria vã
Nada mais importaria.
Mas não, não posso!
( Um pecado... )
É que no teu nome há um Reino
E tua boca é um mar, doce e sereno, 
Cujas ondas mansas, quando rebentam na praia,
Cantam sempre em meus ouvidos:
♪ Mas...
♫ Mas...

Mas... ♫


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Procura-se

Uma mulher que traga na alma desejos ateus
 E que no seu corpo morem pecados
Com a benção de Deus
                       

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

(In)vento

"Os ventos e as ondas estão sempre do lado dos navegadores mais competentes"(Edward Gibonn)

Sopra o tempo
O vento
Que Invento

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cotidiano


Em que pesem os não-obstantes
Desse mais do mesmo mais ou menos constante
Sigo acreditando em mim

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Simbólico



"O símbolo se manifesta inicialmente como assassino  da coisa, e essa morte constitui no sujeito a eternização de seu desejo" (Jacques Lacan)


O nome é a sentença de morte da coisa
Toda representação é uma mentira disfarçada
As palavras calam a boca dos homens,                              
Assim como o pão e o vinho calam a boca dos cristãos...
Mas e eu, que tenho silenciado na esperança de falar a verdade,
Minto mais ou minto menos?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Desencontro

Para FF, em reverência e gratidão
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida" ( Vinícius de Moraes)


Lá vai ela, sozinha
Levando consigo um coração que não bate:
Espanca!

Engraçado:
A ausência de cores está presente em todas as despedidas
O cenário preto e branco... Você indo, eu ficando...
(Uma gota de sangue nos seus olhos meus...)
Mais tarde, lembra-se-ia haver-se dito:
- Afinal, você quer alguém pra se perder ou se achar?
(Silêncio...)

Triste? Talvez...
Mas que há de se fazer?
Essa relação estava (me) (te) (se) (nos) matando
Bem o disse Vinícius:
“A tristeza está no fundo de todos os sentimentos
Assim como a lágrima no fundo de todos os olhos”

Ai de mim sem um bocado de desamor pra embriagar a vida
Os desencontros deixam as histórias de amor mais bonitas

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


Para o amigo Cyrus Ferrari e sua hermenêutica de fé, coragem, labirinto e amor


Diante do inexplicável, do imensurável, do inabalável;
Diante do intransponível, intangível, indestrutível;
Diante do inevitável, indefensável, insuperável;  
Diante do impossível, inverossímil, indisponível;
Diante do inefável, imponderável, insuportável;
Diante do irrecorrível, inverossímil, intransponível :

Quem poderá te deter? Quem poderá?
- Tu. Somente tu.
E mais ninguém.

Vinho com Flavinha



Vinho venho beber Flavinha
Por meio desse co(r)po trincado pingando
Vinho venho beber Flavinha

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Self Service

"Sonho é sonho... tornar um sonho realidade é matá-lo"
 (Fabio Rocha)

Entre um prato de sonho ou um de realidade,
Quantas possibilidades...
Kilos de ilusão emagrecem a Razão
(Com razão)
Mas há tantos sonhos magros mortos-de-fome,
Que tenho lá minhas dúvidas...
                       
Ai meu Deus, lá estão eles:
O prato de sonho e o prato de realidade...
Saborosos ou azedos...
Devo alimentar o corpo e alimentar alma
Engolir cada farelo infinito
Mastigar minha existência lentamente
(De boca fechada)

Ai, meu Deus, sempre eles:
O prato de sonho e o prato de realidade
E eu nem sei quanto custa...
E eu nem sei quanto pesa...
Minha balança pesa demais

Por fim, que diferença faz?
No prato de sonho ou de realidade
Como até me fartar
Como até me faltar
Repito até passar mal
Depois vomito

Matar a fome é morrer por  dentro


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sonetração

Nua a rosa ria a lua

Para fecundá-la,

Bastava um soneto de amor

Em Mim

Ah, a raiva em mim...

Alguma coisa de pólvora nisso tudo...

Alguma coisa de morte de não-sei-bem-o-quê nisso tudo...

Cavalos no peito:

Explodir, explodir


Ah, a ilusão em mim...

Aventura errante de um desejo enlouquecido...

Seja feita a tua vontade!

Bendito é o fruto de teu ventre labirinto

Onde eu estarrecido me deixo errar


Ah, a saudade em mim...

Dia desses vou me visitar

Levo flores, vinho e uma carta

Que há de ser lida somente depois que eu saia

- Olá, quanto tempo!Tudo bem comigo? Prazer em rever-me, meu amigo!


Ah, o tempo em mim...

Arauto eterno desatinado...

No frêmito de tua passagem

Eu faço poesia

E danço a novidade de cada hora


Ah, a poesia em mim...

Dançarina salamandra enlouquecida

No teu seio bebo delírio

Suicido ao contrário

Beijo a morte no umbigo

Para Fernando Pessoa


O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
(Fernando Pessoa)

Um poeta quando escreve se afasta tanto de si,
Mais se afasta tanto de si,
Que quase chega a ser ele mesmo

A poesia é um exercício de transcendência
O coração aperta, a palavra queima
O poeta escreve para se salvar

terça-feira, 21 de setembro de 2010

(Con)tato prejudicado


Se eu não comigo, eu não consigo
Eu não contigo
Eu não com mais ninguém

Lembrança



Em meu vaso sanguíneo
A rosa colhida
No jardim do teu púbis